Parece mesmo mágica. Você abre a torneira, aperta um botão, e lá está ela: fresquinha e pronta para ser usada. Olhando tanta água ao redor - ela é responsável por 70% do nosso corpo e do nosso planeta - fica até difícil pensar em economia.
Mas, na verdade, de toda a água do mundo, 97,5% é salgada e está em mares e oceanos; 2,493% é doce, mas está em geleiras ou em lençóis subterrâneos, o restante, somente 0,007%, é doce e se encontra em rios, lagos e na atmosfera, com fácil acesso ao ser humano.
Essa falsa sensação de abundância talvez explique por que nos damos ao luxo de desperdiçar quase 40% de toda a água potável que retiramos dos rios.
Os poucos países que conseguiram reduzir esse consumo apelaram para o bolso. "Nos países conscientes, onde se gasta 110 litros de água por dia, há mais de 50 anos a água custa caro, não há subsídio do governo", destaca Paulo Costa, especialista em uso racional de água.
Outro problema é que esse precioso recurso não está distribuído igualmente pelo mundo. Locais como o Oriente Médio, norte da China, nordeste do Brasil, México e norte de África vivem o que se chama de estresse hídrico, onde há menos de mil metros cúbicos por ano disponíveis para cada pessoa.
Famílias inteiras, na África e no Oriente Médio, vivem com um copo de água por dia. Enquanto nós gastamos 200 litros, há pessoas vivendo com menos de 200 ml.
Mesmo dentro do Brasil, que detém 12% da água doce do mundo, apenas 3% estão na Região Nordeste. A maior parte está concentrada na Região Amazônica, onde moram menos de 2% da população do país.
No Estado, o Rio Santa Maria só deve atender à demanda da Grande Vitória até 2019. Depois, vai ser preciso pegar água do Rio Reis Magos, na Serra. A partir de 2050, a água será importada do Rio Doce, aumentando ainda mais os custos e a possibilidade de perda de água pelo caminho.
'Se racionalizarmos o uso, podemos garantir mais vida útil ao Rio Santa Maria, evitando esse deslocamento maior e a possibilidade de falta de água', destaca o diretor de Operação Metropolitana da Cesan, Carlos Eduardo Saleme.
Fonte: Gazeta on line – 21/03/2009
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