É interessante como a mídia consegue engrandecer ou humilhar ao mesmo tempo. Nos últimos dias, pudemos observar nos jornais que circulam em nosso Estado, em especial o jornal A Tribuna, a ‘fantástica’ história de Andréia Schwartz, ex-prostituta e cafetina e que foi deportada para o Brasil no início do mês.
Fico chocada com a forma especial de atenção dos nossos jornalistas em enaltecerem uma garota de programa pelo simples fato de ter ido morar nos EUA.
Independente de ser lá ou aqui, o fato de ser uma agenciadora de prostitutas não muda, mas a nossa mídia a trata como heroína, por ter derrubado um político americano por envolvimento sexual, agenciamento. E se tem orgulho disso.
Seu dinheiro, adquirido de forma ilícita, aqui se tornou bem-vindo, e Andréia é capa dos jornais todos os dias, mais do que muita gente que realmente realiza feitos relevantes e são completamente vistos como indiferentes na sociedade.
Um dia, sua chegada ao aeroporto com tratamento de estrela, no outro a cobrança por cachê para dar entrevista (e tem gente que paga por isso), no outro a mudança da cor dos cabelos e agora o interesse em arrumar um namorado. Será que essas coisas a tornam menos culpada?
E o mais interessante nisso tudo, é que no jornal A Tribuna de hoje, publicou uma matéria com o seguinte título: ‘Mulheres presas em casa de prostituição na Praia da Costa, em Vila Velha’.
Será que essas mulheres foram presas por serem prostitutas aqui? Ou será que foram presas por não terem em sua lista de clientes um político? Talvez por não terem adquirido nenhum bem significativo com o dinheiro dos programas.
Não estou aqui para julgar ninguém, mas até que se prove o contrário, a entitulada “capixaba” (e parece que o mídia local tem orgulho de dizer que uma capixaba virou cafetina nos EUA) Andréia é tão culpada quanto as garotas de programa que foram presas ontem em Vila Velha.
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